Tópicos-síntese do texto discutido no dia 14/05, "A fundamentação teórica do Sistema Paulo Freire" de Jarbas Maciel.
MACIEL, J. A fundamentação teórica do Sistema
Paulo Freire. Revista de Cultura da
Universidade do Recife, Recife, n. 4, p. 25-59, abril/junho, 1963.*
Contexto:
Processo de modernização do Brasil, substituição das importações,
desenvolvimentismo desigual e combinado. Indústria e cidade, “proletarização” e
mecanização do campo (1970).
Universidade
assume outras funções – extensão.
Contradição
da universidade brasileira:
choque de 1% da nossa população com os 99%
restantes, isolados na mais completa cegueira espiritual e embrutecidos no
abandono de uma forma de escravização social e econômica. Parece uma ironia que
esses 99% do povo brasileiro devessem, mesmo alienados da universidade,
sustentá-la social e economicamente. A extensão, para ser verdadeiramente
funcional, deve estar voltada para esses 99% a imensa maioria do povo
brasileiro – no sentido de saldar, simplesmente, uma pesada dívida que não é
apenas acidental e nem recente, porque é uma dívida histórica.
Projeto
de extensão da Universidade do Recife: alfabetização, Sistema Paulo Freire de
Educação, etapas:
Ø Alfabetização:
dominação de códigos; parte das situações existenciais do grupo, diálogo, mas
não ficar apenas nisso, conscientização, problematização.
“A
categoria fundamental dentro de que está mergulhado o Sistema Paulo Freire de
Educação é a categoria sociológica e antropo-cultural de COMUNICAÇÃO”.
“O homem
é um ser de relações. Posto diante da natureza, que ele conhece o homem está
diante de outros homens com os quais ele se comunica”.
“Sem
comunicação entre seres humanos, não pode haver cultura”.
“Entretanto,
ele não somente conhece a natureza mas, também, age de volta sobre ela [...]
transformando-a a partir de seu trabalho”.
“Colocado, isoladamente, frente à realidade
objetiva e aos outros homens, o homem conhece: este é o conhecimento, que
também é uma forma de transformação da natureza – isto é, a natureza
voltando-se sobre si mesma através da consciência – o homem “faz” educação”.
O ser
humano enquanto espécie é um ser cultural, não é preciso ir à escola para se
ter conhecimento. Contudo, a escola é um espaço de educação e está em disputa.
Educar = comunicar = forma de linguagem, inseparável do pensamento.
Sociedade
de classe: cultura de elite X cultura popular. “Estas “culturas” estão
distanciadas tanto quanto for a carência dos meios de comunicação e a
deficiência ou ausência de democratização destes meios”. [universidade, espaço
da cultura de elite]
“Cultura
popular é todo processo de democratização o da cultura que visa neutralizar
distanciamento entre as duas ‘culturas’”.
Sistema
Paulo Freire de Educação = abertura de canais de comunicação e democratização
da cultura. “O homem se educa, se conduz e passa a participar ativamente [...]
no processo da cultura. Opera, agora conscientizado e de maneira consciente, a
natureza e os outros homens, com os quais está em relação dialogal,
transformando-a, transformando-os e transformando-se, comunicando e
comunicando-se“.
Comentários
Postar um comentário