Tópicos do texto discutido no dia 27/11/2012


PACHECO, A. et al. Vivenciando a cultura na Restinga. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2007, 57 p.


Oficineiros e acadêmicos em (Ex)tensão: vivenciando a cultura na Restinga¹


Problemas de exclusão social em Porto Alegre - Restinga:
  • Bairro de periferia, surgiu em 1960, com o programa “Remover para promover”, retirada da comunidade para a construção da Av. Érico Veríssimo, favorecendo a exclusão social, relocação sem preocupação com infraestrutura.
  • 1970, Restinga Nova, planejada com cinco unidades habitacionais

  • Restinga hoje: 45 vilas ou localidades, cerca de 130 mil moradores; 20 escolas de ensino fundamental, sendo duas com ensino médio; 95% do bairro com abastecimento de água; moradia principais problemas.

Chegada da UFRGS na comunidade:

  • Década de 1980, aproximação entre a universidade e a comunidade – fonte de pesquisa, mas sem retorno do que se havia pesquisados.
  • 1996, articulação entre o Conselho Tutelar da Restinga e o Departamento de Genética da UFRGS, discussão sobre violência. Gerou a publicação: “A palavra e o gesto emparedados: a violência nas escolas” e, posteriormente, um mapa da violência na cidade, 1998.
  • Em 1997 a 2001, estágios de psicologia social e psicologia clínica.
  • Surgimento do Fórum institucional e, após, Rede Integradora de Serviços.

Restinga e UFRGS: o projeto das oficinas
  • 2003, Projeto “Juventude e Vulnerabilidade Social: Oficinando com os adolescentes”, surge a partir de pesquisas, intervenções e demandas levantadas durante os estágios de Psicologia Social”, realização conjunta com oficineiros do bairro euniversidade.

  • Fase inicial: “formação do coletivo”, não havia objetivos totalmente definidos, foram delineados através de diálogos. Público heterogêneo, com diversos interesses, primeiros passos para formar um consenso coletivo, entre elas de que o projeto também seria uma pesquisa, além de extensão, p. 21.

  • Surgimento de propostas de formação para os oficineiros e a construção de uma associação, cooperativa ou ONG.

Oficina
  • Lugar onde se verificam grandes transformações, […] não deve substituir os meio formais de educação, mas, sobretudo, servir como auxílio, proporcionando uma dialética entre a educação formal e popular” p. 23.

  • Aspectos importantes: capacitação do oficineiro, teoria e prática, saber construir projetos, suporte financeiro do oficineiro, observar a linguagem.

O que é ser oficineiro?
  • O Oficineiro se faz na interação com o oficinando”, p. 27.
  • Realizar atividades que sejam afins com as necessidades dos oficinandos.
  • Estar atento às manifestações dos participantes.
  • Fomentar a construção da autonomia individual e coletiva.

Realização das Oficinas Planejamento
  • Cada grupo apresentou sua proposta de trabalho. Falou-se sobre a autorização do uso de material como dados para pesquisa e sobre a devolução dos estudos desenvolvidos durante o projeto […] discutiu-se sobre o público-alvo das oficinas: adolescentes e jovens. Discutiu-se sobre critérios pra definir a adolescência e a juventude; quem participaria do projeto e como chegar ao público-alvo. (p.29)

  • Segundo os oficineiros, o jovem da Restinga “... é um jovem que não tem espaço e lazer, que não tem um espaço de cultura, a educação é restrita, muitas vezes não trabalha o seu espaço social, muito parcamente trabalha a questão de conteúdo, é mais um que está sendo criado sem sonho de alguma coisa, que não tem sonho, não tem esperança, a violência é o que tem mais perto. […] mas também é um jovem que precisa de oportunidades para mostrar o seu potencial […] (p.29)

Reflexões: dificuldades e potencialidades do projeto
  • […] mostrou o quanto é possível a realização de um projeto, baseado na troca de saberes, em que a diversidade proporciona a criação de um coletivo de mútuas aprendizagens.

  • Mudaram/ampliaram-se relações;
  • Este foi um projeto que teve início meio e fim e, conseguiu mobilizar um razoável contingente de acadêmicos e oficineiros tendo o constante debate e a participação como características marcantes. Uma nova coletividade surgiu composta não por acadêmicos e oficineiros, mas por atores sociais com grande potencial de ação cooperativa[...] (p.49)

Dificuldades
  • Muitas das dificuldades têm relação com a história do próprio bairro, série de problemas decorrentes das condições geográficas, econômicas, culturais, de lazer e de interação do bairro com a cidade.
  • Heterogeneidade dos oficineiros;
  • Dificuldade dos oficineiros em participar de atividades propostas pela universidade; (onde sirvam apenas como sujeitos fornecedores de dados para pesquisa);
Remuneração.

Importância da Comunidade
  • Os vários organismos da comunidade devem estar sintonizados nas ações que busquem a participação dos cidadãos na vida comunitária, construindo relações […] para tanto é necessária a legitimação de diferentes tipos de saberes e experiências. (p.53)
  • O povo deve construir uma identidade política e cultural, onde as oportunidades devam ser trazidas ao compromisso com a coletividade. (p.54)

¹ Tópicos-síntese elaborados por Fernanda May e Joviana Vedana da Rosa.

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