TÓPICOS DO TEXTO DISCUTIDO NO DIA 20/11/2012


GOMES, C. A. A educação em novas perspectivas sociológicas. 4. ed. São Paulo: EPU, 2005, [Cap. 1: Enfoques teóricos em Sociologia da Educação – 1.2.4. Os “proféticos”: a) Illich e b) Freire, p. 53-58].

OS PROFÉTICOS¹
  • Alguns autores tem contribuído de forma significativa com os estudos sociológicos da educação.
  • Como exemplo: Illich e Freire (p. 53)

ILLICH:

  • Destaque para “Sociedade sem Escolas”(1973), em que faz comparação entre a fé contemporânea na educação e a fé medieval tendo a Igreja como intermediária com enfoque, que nos países pobres a educação é a porta para o desenvolvimento, pois com ela terão prosperidade e realização pessoal.
  • Para Illich isto deve ser abolido, visto que é uma educação compulsória e cita quatro tipos de rede como propósito de mudança.
1º > Acessibilidade dos estudantes aos diversos setores para que possam desenvolver suas pesquisas, investigações.
2º > Troca de experiências entre estudantes e pessoas com competências afins.
3º > Interação com os colegas, debatendo entres si sobre os questionamentos, onde as redes sociais seriam de grande valia.
4º > Nesta rede educadores profissionais ajudariam os estudantes tirando suas duvidas, para desenvolverem melhor as três redes citadas anteriormente.
  • Estas propostas foram impactantes. Hargreaves (1974) faz algumas objeções quanto as possibilidades dessas mudanças propostas por Illich. Entende que Illich subestima as forças favoráveis a institucionalização e a burocratização “ as quais estão atreladas na sociedade industrial moderna. Descreve que mesmo que tal sociedade fosse viável não daria conta de alguns problemas citados em “ Sociedade sem Escolas” (p.59).
  • Elias (1976), citou que a visão que Illich tem do homem são semelhantes aos de uma sociedade transcendente proposta pelos socialistas utópicos (irrealizavél), propondo que devem ser analisadas com mais perspicácia. (p.55)

FREIRE:
  • Apresentou algo concreto e tentou coloca-lo em prática em vários países. Com sua proposta não se definiu “nem como um verbalista nem como um ativista”.
  • Em 1969 Freire destaca-se com a obra “ A Educação como Prática da Liberdade, a qual teve inspiração no ‘’ pensamento social católico, existencialismo e pragmatismo, em que passa a tratar o homem como sujeito, promotor de suas ações ativas com o mundo através de suas relações com Deus, pode ir além da realidade (p. 55).
  • Vê na educação a possibilidade do homem se tornar sujeito a partir de uma educação critica, encaminhada “à tomada de decisões e a responsabilidade social politica”,
fundamentada no diálogo, e não no monólogo (falar para si só).
  • Fundamentado nisso, Freire elencou 5 frases de sua metodologia de alfabetização.

Como exemplo, uma palavra para manicure, unha, alicate, lixa , esmalte o que causaria um debate para posteriormente relacionarem as palavras a ação. A partir disso desmembrariam a palavra e criariam outras com suas sílabas.
  • Outro momento relevante é o lançamento do livro “ Pedagogia do Oprimido” (1975), que analisa “a influência da teologia da libertação”. Nessa época Freire se deparava com alguns impedimentos quanto a colocar em prática suas propostas, visto que coloca a “humanização como vocação do homem”. Entretanto a ‘’desumanização”, marcada pela “ injustiça, exploração e violência, é a contraditoriedade entre opressores e oprimidos, os quais fazem com que os oprimidos se tornem objetos. (p. 56)
Porém entende que os oprimidos devem ser os renovadores “da sua humanidade e dos opressores, porque ao saírem da sua posição, (não sendo novos opressores) a humanização se reestrutura, surgindo assim um novo sujeito.
  • Um exemplo: A educação bancária em que o professor é o sujeito e os alunos meros objetos, desumanizando o homem.
  • Já a educação libertadora, encaminha para a conscientização. Através de diálogos, conseguem ver a situação de outros parâmetros, tornando mais viáveis as transformações (p. 56).
  • De acordo com o pragmatismo, Freire, refuta a educação verbalista e destaca o valor do método cientifico. Conforme Paiva (1980) pontua ele se fundamentou em teses de Anísio Teixeira, especialmente na regionalização do ensino, a adequação de educação à cultura local e a centralização da educação a nível municipal. Estas em conformidade com as ideias da Igreja Católica, havendo compatibilidade do pragmatismo e raízes marxistas, pois vão de encontro a determinadas questões. ( p.57) (cf.Novack, 1979: 299 ss).
  • O existencialismo tem grande importância na pedagogia de Freire, o qual destaca “o papel do homem no mundo, o papel da reflexão e da conscientização, o conceito bancário” de educação e a importância do diálogo. Nesse período Freire escreveu “A Educação como Prática da Liberdade (1969).
  • Traços do marxismo se mostram evidentes. Dentre eles, conceitos de lutas de classe, trabalho do homem como práxis. Vê na educação o instrumento de poder de classe. A contradição que o distancia do existencialismo é em relação ao sujeito, visto que para ele, a libertação e aprendizagem são atos coletivos (p. 57).

¹ Tópicos-síntese elaborados por Selí Teresinha Leite


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