Resumo em tópicos do texto utilizado em nossa reunião do dia 11/09
EDUCAÇÃO POPULAR: HISTÓRICO E CONCEPÇÕES TEÓRICAS
António Carlos Rodrigues
A EDUCAÇÃO POPULAR NO BRASIL
Na ocasião do III Colóquio de Educação Popular o educador Paulo Ghiraldelli expos o que segundo ele foi o primeiro conceito de educação popular no Brasil, para ele educação popular estava ligada a uma ideia de instrução elementar: ler, escrever e contar. “era a educação destinada aos pobres, os movimentos sociais vão alterando esse conceito de acordo com o avanço de suas formas de organização e de seus embates contra os interesses das elites” (pág 31).
Para Brandão o termo educação popular não se originou de uma fonte social única: o estado ou a sociedade civil, demonstrando que educação popular não foi algo construído a partir de uma única base política nem de um local definido.
Nas décadas de 1950 e 1960 a educação popular foi marcada varias formas de expressão ... Uma das características significativas desta manifestação de educação popular era a de passar, quase que exclusivamente, por fora da instituição “escola” embora contasse com a participação do estado. (pág 33)
Certas iniciativas da educação popular já se deram na década de 60 que posteriormente foram modificados pelo regime político ditatorial.
Para dar continuidade aos novos modelos de educação popular (durante a ditadura) sobraram os movimentos populares, associação de moradores e principalmente as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) mesmo tendo que adaptar-se a uma orientação religiosa pois era a única tolerada pelos militares. (pág 34)
“Mais adiante, a educação popular, enquanto prática dos movimentos sociais, encontra mais claramente a necessidade de mudanças das estruturas sociais, influenciados, estes pela teologia da libertação, que inspira lutas democráticas e novas práticas educacionais, formando toda uma geração”. (pág.37)
Contrapondo a década anterior, em que os movimentos sociais vinham num ascenso, o novo período, de 1990, com a crescente aplicação de políticas neoliberais, corresponde à reorganização da outra classe. A reação da burguesia acontece em todos os campos, inclusive na educação, o que corresponde a uma contínua deterioração das condições de vida das classes populares. (pág 40)
Mudanças que são apresentadas pelo projeto neoliberal, como para melhorar a educação, não levam em conta a valorização profissional nem as causas sociais. Todas as propostas deste projeto colocam a educação na lógica do mercado, como se o mercado tudo resolvesse. (pág. 41)
EDUCAÇÃO COMO ATO POLÍTICO
A educação enquanto produto histórico-social da humanidade, é subordinada ao desenvolvimento das forças produtivas e ao sistema econômico vigente ... “A educação é concebida como uma pratica social, uma atividade humana e histórica que se define no conjunto das relações sociais, no embate dos grupos ou classes sociais, sendo ela mesma forma especifica de relação social”. (FRIGOTTO, 2000, p.31). Enquanto relação social, a educação é necessariamente uma relação política. (pág. 43)
[...] A não neutralidade na educação, apresentada por Paulo Freire, responde ao debate com os defensores da educação formal, tecnicista e ou bancaria que dizem: “educação e política não se misturam”. (pág. 44)
José Clovis Azevedo em conferencia no I Colóquio, em 1984, nos diz que: “(...) educação popular é a dimensão educativa da ação política”. (AZEVEDO, In:FARIA, 1896:82). (pág. 45)
Para Paulo Freire, “(...) o que traduz a educação popular não é um voto de solidariedade paternal aos pobres, mas o que sela um projeto de educação popular. É o seu compromisso radical de transformação do mundo” (FREIRE, 1984, P. 187). (pág. 46)
Educação popular é uma educação criativa, critica, dinâmica e emancipadora que objetiva a formação dos seres participantes. Ela é parte do projeto político que procura formar um sujeito coletivo de transformação da historia e da cultura do pais. (pág 47)
EDUCAÇÃO POPULAR: UMA CONTRIBUIÇÃO LATINO-AMERICANA
Para Moacir Gadotti, quando na historia da educação universal se fala da America Latina, o que aparece como original e como maior força é o paradigma da educação popular. (pág. 49)
A educação popular é uma construção teórico-metodológica, num mundo tão sofrido, tão oprimido e tão explorado, mas, palco de muita alegria, de muita organização e de muita luta. Numa terra em que se juntaram tão diferentes culturas e se produziram tantos contrastes políticos, econômicos e culturais, também estão se produzindo grandes contribuições para o campo do conhecimento. (pág. 50)
O GRANDE DESAFIO DOS EDUCADORES – OCUPAR OS ESPAÇOS DA ESCOLA FORMAL, COM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DA EDUCAÇÃO POPULAR
Essa nova pratica pedagógica da educação popular, proposta nos locais de trabalho do ensino formal, encontra resistência e reações, não somente do ponto de vista legal e burocrático. Há disputas ideológicas, cada vez mais constantes nas bases das categorias profissionais da educação do ensino publico e privado. De um lado, os defensores da educação como instrumento de libertação e de mudanças sociais; de outro, a educação como promotora de desenvolvimento e manutenção do “status-quo”. (pág. 51)
Se há inúmeras dificuldades de acesso da educação popular à escola formal, é resultado da disputa de interesses entre classes antagônicas nesta sociedade capitalista. Há, de outro lado, também, incompatibilidade do educador critico, do educador consciente em conviver com uma educação tecnicista e bancaria, sem questionar, sem contrapor. (pág. 53)
Uma outra esfera de atuação a ser disputada pela educação popular é no ensino “superior”. A universidade, enquanto espaço de formação privilegiada das elites, consequentemente, de um maior controle político e ideológico do sistema, segundo Wittmann, “tende historicamente a assumir um papel que se constitui num foco de resistência à educação popular”. (pág. 54)
A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO MEDIATIZADA PELO TRABALHO, UMA CONSTRUÇÃO HISTÓRICO-SOCIAL
“O homem é um ser histórico, que se constrói através de suas relações com o mundo natural e social. O processo de trabalho (transformação da natureza) é o processo privilegiado nessas elações homem mundo” (FREIRE, 1999, p. 86-87). (pág. 55)
A educação pelo trabalho tem como base o trabalho criativo, o trabalho como manifestação da vida, o trabalho como manifestação da humanidade. Quando este mesmo trabalho é transformado em mercadoria, em sofrimento, estupidez e embrutecimento, não pode ser tratado como processo educativo, promotor de desenvolvimento. (pág. 56)
EDUCAÇÃO POPULAR: UMA EDUCAÇÃO DIALÓGICA
A base constitutiva da educação popular é a relação do respeito ao conhecimento e aos saberes populares. Nesse sentido, o dialogo está para a interação, para o entendimento, para a libertação, para a transformação, assim como o monologo está para o isolamento, para a alienação, para a acomodação e para a ordem. (pág. 58)
Paulo Freire da máxima importância a fala do individuo para o seu desenvolvimento: “Não é no silencio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação”. (FREIRE, 1999). (pág. 58)
A EDUCAÇÃO POPULAR NO BRASIL
Na ocasião do III Colóquio de Educação Popular o educador Paulo Ghiraldelli expos o que segundo ele foi o primeiro conceito de educação popular no Brasil, para ele educação popular estava ligada a uma ideia de instrução elementar: ler, escrever e contar. “era a educação destinada aos pobres, os movimentos sociais vão alterando esse conceito de acordo com o avanço de suas formas de organização e de seus embates contra os interesses das elites” (pág 31).
Para Brandão o termo educação popular não se originou de uma fonte social única: o estado ou a sociedade civil, demonstrando que educação popular não foi algo construído a partir de uma única base política nem de um local definido.
Nas décadas de 1950 e 1960 a educação popular foi marcada varias formas de expressão ... Uma das características significativas desta manifestação de educação popular era a de passar, quase que exclusivamente, por fora da instituição “escola” embora contasse com a participação do estado. (pág 33)
Certas iniciativas da educação popular já se deram na década de 60 que posteriormente foram modificados pelo regime político ditatorial.
Para dar continuidade aos novos modelos de educação popular (durante a ditadura) sobraram os movimentos populares, associação de moradores e principalmente as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) mesmo tendo que adaptar-se a uma orientação religiosa pois era a única tolerada pelos militares. (pág 34)
“Mais adiante, a educação popular, enquanto prática dos movimentos sociais, encontra mais claramente a necessidade de mudanças das estruturas sociais, influenciados, estes pela teologia da libertação, que inspira lutas democráticas e novas práticas educacionais, formando toda uma geração”. (pág.37)
Contrapondo a década anterior, em que os movimentos sociais vinham num ascenso, o novo período, de 1990, com a crescente aplicação de políticas neoliberais, corresponde à reorganização da outra classe. A reação da burguesia acontece em todos os campos, inclusive na educação, o que corresponde a uma contínua deterioração das condições de vida das classes populares. (pág 40)
Mudanças que são apresentadas pelo projeto neoliberal, como para melhorar a educação, não levam em conta a valorização profissional nem as causas sociais. Todas as propostas deste projeto colocam a educação na lógica do mercado, como se o mercado tudo resolvesse. (pág. 41)
EDUCAÇÃO COMO ATO POLÍTICO
A educação enquanto produto histórico-social da humanidade, é subordinada ao desenvolvimento das forças produtivas e ao sistema econômico vigente ... “A educação é concebida como uma pratica social, uma atividade humana e histórica que se define no conjunto das relações sociais, no embate dos grupos ou classes sociais, sendo ela mesma forma especifica de relação social”. (FRIGOTTO, 2000, p.31). Enquanto relação social, a educação é necessariamente uma relação política. (pág. 43)
[...] A não neutralidade na educação, apresentada por Paulo Freire, responde ao debate com os defensores da educação formal, tecnicista e ou bancaria que dizem: “educação e política não se misturam”. (pág. 44)
José Clovis Azevedo em conferencia no I Colóquio, em 1984, nos diz que: “(...) educação popular é a dimensão educativa da ação política”. (AZEVEDO, In:FARIA, 1896:82). (pág. 45)
Para Paulo Freire, “(...) o que traduz a educação popular não é um voto de solidariedade paternal aos pobres, mas o que sela um projeto de educação popular. É o seu compromisso radical de transformação do mundo” (FREIRE, 1984, P. 187). (pág. 46)
Educação popular é uma educação criativa, critica, dinâmica e emancipadora que objetiva a formação dos seres participantes. Ela é parte do projeto político que procura formar um sujeito coletivo de transformação da historia e da cultura do pais. (pág 47)
EDUCAÇÃO POPULAR: UMA CONTRIBUIÇÃO LATINO-AMERICANA
Para Moacir Gadotti, quando na historia da educação universal se fala da America Latina, o que aparece como original e como maior força é o paradigma da educação popular. (pág. 49)
A educação popular é uma construção teórico-metodológica, num mundo tão sofrido, tão oprimido e tão explorado, mas, palco de muita alegria, de muita organização e de muita luta. Numa terra em que se juntaram tão diferentes culturas e se produziram tantos contrastes políticos, econômicos e culturais, também estão se produzindo grandes contribuições para o campo do conhecimento. (pág. 50)
O GRANDE DESAFIO DOS EDUCADORES – OCUPAR OS ESPAÇOS DA ESCOLA FORMAL, COM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DA EDUCAÇÃO POPULAR
Essa nova pratica pedagógica da educação popular, proposta nos locais de trabalho do ensino formal, encontra resistência e reações, não somente do ponto de vista legal e burocrático. Há disputas ideológicas, cada vez mais constantes nas bases das categorias profissionais da educação do ensino publico e privado. De um lado, os defensores da educação como instrumento de libertação e de mudanças sociais; de outro, a educação como promotora de desenvolvimento e manutenção do “status-quo”. (pág. 51)
Se há inúmeras dificuldades de acesso da educação popular à escola formal, é resultado da disputa de interesses entre classes antagônicas nesta sociedade capitalista. Há, de outro lado, também, incompatibilidade do educador critico, do educador consciente em conviver com uma educação tecnicista e bancaria, sem questionar, sem contrapor. (pág. 53)
Uma outra esfera de atuação a ser disputada pela educação popular é no ensino “superior”. A universidade, enquanto espaço de formação privilegiada das elites, consequentemente, de um maior controle político e ideológico do sistema, segundo Wittmann, “tende historicamente a assumir um papel que se constitui num foco de resistência à educação popular”. (pág. 54)
A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO MEDIATIZADA PELO TRABALHO, UMA CONSTRUÇÃO HISTÓRICO-SOCIAL
“O homem é um ser histórico, que se constrói através de suas relações com o mundo natural e social. O processo de trabalho (transformação da natureza) é o processo privilegiado nessas elações homem mundo” (FREIRE, 1999, p. 86-87). (pág. 55)
A educação pelo trabalho tem como base o trabalho criativo, o trabalho como manifestação da vida, o trabalho como manifestação da humanidade. Quando este mesmo trabalho é transformado em mercadoria, em sofrimento, estupidez e embrutecimento, não pode ser tratado como processo educativo, promotor de desenvolvimento. (pág. 56)
EDUCAÇÃO POPULAR: UMA EDUCAÇÃO DIALÓGICA
A base constitutiva da educação popular é a relação do respeito ao conhecimento e aos saberes populares. Nesse sentido, o dialogo está para a interação, para o entendimento, para a libertação, para a transformação, assim como o monologo está para o isolamento, para a alienação, para a acomodação e para a ordem. (pág. 58)
Paulo Freire da máxima importância a fala do individuo para o seu desenvolvimento: “Não é no silencio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação”. (FREIRE, 1999). (pág. 58)
Comentários
Postar um comentário