A CIDADE NÃO VISTA: TRABALHO DE CAMPO NOS BAIRROS DE ERECHIM

Na quinta-feira (11/05), o PET Práxis desenvolveu trabalho de campo pelos bairros de Erechim, com a participação da professora convidada Paula Lindo (Geografia – UFFS) e do nosso tutor Régis.

O objetivo da atividade foi o de procurar paisagens outras daquela típica do centro urbano, isto é, contestar a imagem associada ao traçado planejado e supostamente ordeiro – o qual busca ocultar as desigualdades e discriminações presentes no município.

Essa referência a uma “cidade não vista” tem lastro em pesquisa já desenvolvida pela professora Paula, cujas reflexões estão disponíveis para leitura: Anais do Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFFS (SEPE) e reportagem no jornal Bom Dia.

Em nosso campo por bairros como – São Cristóvão, Aeroporto, Progresso, Petit Vilage, Cristo Rei, Estevam Carraro, Distrito Industrial, Florestinha/São Vicente de Paulo, José Bonifácio, Roselândia e Esperança –, nos defrontamos com as contradições da lógica capitalista de uma cidade produzida via ação dos agentes imobiliários em relação àquela vivida como valor de uso pelos moradores à margem e em conflito, a quem moradia digna e acesso a serviços essenciais (lazer, saúde, educação) não são uma realidade em prática. Ou seja, Erechim é desigual, em que pese os lugares de maior vulnerabilidade social estarem escondidos em relação ao centro histórico positivista.

Contudo, o trajeto foi encerrado no Cemitério Municipal Pio XII. Em última instância, a natureza é implacável e, logo, a morte (enquanto condição humana) nos une. Morando em vida no Estar do Chile ou no Progresso, o destino é o mesmo.

Nos interessa, daqui por diante – sobretudo na ação “PETCOM” (onde pretendemos o diálogo da universidade com a comunidade por meio de diferentes espaços e metodologias) – situar o lugar da UFFS, da educação que se almeja popular, para essa cidade “não vista” – que está do outro lado da BR 153, além dos trilhos, abaixo do centro.

Talvez o PETCOM nos ajude a pensar tanto em “outra cidade” como também em “outra universidade”.

Agradecemos à professora Paula pela presença, bem como à mestranda em Geografia (PPGGeo) Raquel Agnes.

















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