Sistematização do Grupo de Estudos: Os desafios da prática educativa e o Novo Ensino Médio: reflexões a partir da Educação Popular
Mais um momento de diálogo do Grupo Práxis - PET Conexões de Saberes. Desta vez conversamos sobre o polêmico assunto do Novo Ensino Médio. O bloco de debates intitulado "Os desafios da prática educativa e o Novo Ensino Médio: reflexões a partir da Educação Popular” dividiu-se em dois momentos diferentes que se complementam.
No primeiro momento, realizado nas tardes de segunda-feira, de 09 a 30 de agosto, conversamos a partir do livro de Paulo Freire, “Ação Cultural para a Liberdade”. Em todos os encontros buscamos trazer para a discussão fatores deste Novo Ensino Médio (NEM) associado com a obra de nosso Patrono da Educação Brasileira. Assim como podemos afirmar que este bloco, além de trazer princípios freireanos para a discussão, também trouxe uma prévia discussão do novo programa proposto por esse ensino tecnicista que busca cada vez mais a diferenciação de classes.
Além do que, um assunto muito abordado no segundo bloco, que ocorreu entre 06 e 27 de setembro, é a própria condição de oferta desta modalidade proposta e também a difícil condição social dos(as) estudantes, grande problemática da sociedade. Assim sendo, buscamos trazer a cada encontro as reais intenções por detrás do novo programa proposto pelo governo brasileiro. Em formato de medida provisória imposta à nossa sociedade de classe baixa, a nova reforma prevê, mais uma vez, a desvalorização e a ridicularização diante do sistema do capital.
Todos os momentos de discussão tiveram grande importância para descentralizar essa imposição da reforma que faz com que estudantes socialmente marginalizados(as) sofram as consequências de um programa que busca a centralidade das classes altas. O acesso às universidades e o envio dos(as) alunos(as) mais pobres diretamente para o mercado de trabalho são as principais direções do Novo Ensino Médio. Ademais, de acordo com o artigo escrito por Mônica Ribeiro da Silva:
"O caráter prescritivo do currículo, pensado e proposto do lado de fora da escola, afirma a dimensão autoritária dos enunciadores do discurso oficial e reitera uma perspectiva tradicional de proposição curricular: encontrar-se-ia na teoria, na intenção, no currículo prescrito, as saídas para os problemas da escola. Apenas alguns iluminados detêm esse conhecimento, mas, democraticamente, irão socializá-los. Aos professores, torna-se suficiente, e necessário, se esforçarem e passarem a se guiar pelo novo discurso. Verifica-se um profundo desrespeito pela condição do professor, que é tomado como incapaz de exercitar a análise e a crítica. Dada essa suposta incapacidade, outros pensarão e proporão por ele. Esse foi o procedimento da reforma curricular da década de 1990 e retomada no contexto da Lei 13.415/2017 e sua BNCC. A busca da legitimidade, antes e agora, se deu por meio de vários mecanismos, dentre eles as consultas formais a segmentos do campo educacional." (2018, p.13)
Sendo assim, segue o link do documento referente à sistematização produzida pelo Grupo Práxis PET - Conxões de Saberes/Licenciaturas: Sistematização do Grupo de Estudos: Os desafios da prática educativa e o Novo Ensino Médio: reflexões a partir da Educação Popular
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