Síntese do texto "Universidade e compromisso popular", discutido no dia 19/11/13
FREIRE, P.; NOGUEIRA, A. MAZZ,
D. (Orgs.). Universidade e compromisso popular. Campinas, agosto de 1986.
Centro de referência Paulo Freire
A presente publicação tem
por objetivo trazer para conhecimento público, colocações, idéias, e indagações
surgidas durante a realização do I Seminário Universidade e Compromisso Popular,
realizado por iniciativa dessa reitoria (PUC Campinas) em 20 de agosto de 1986.
No nível da PUCCAMP a
continuidade e o aprofundamento de seu projeto pedagógico, iniciado em 1981, já
apontava para a necessidade de se estabelecerem critérios e ações mais concretas com relação a Extensão
Universitária e as suas articulações com a sociedade.
A questão da Universidade
e do Compromisso popular apresenta-se assim com uma dupla face: o desejo de
imprimir mudanças internas na PUCCAMP e a necessidade de transformações
concretas do contexto social.
O Compromisso Popular da Universidade – Paulo Freire
Há já, agora, uma fração grande da classe trabalhadora procurando
assumir a responsabilidade de sua formação porque começa a perceber, mais do
que simplesmente sentir, que a classe dominante não pode formar a dominada a não
ser para que esta se reproduza como tal. A formação da classe trabalhadora com
vistas à transformação da sociedade injusta é tarefa da classe dominada mesma e
de quem a ela realmente adira. (FREIRE, p. 11)
Creio, porém, que é fundamental entender criticamente o que queremos
dizer quando falamos no processo de a universidade se aproximar das classes
populares. Fundamentalmente aproximar-se aqui significa compromisso de classe,
significa estar a serviço dos interesses populares. (FREIRE, p. 13)
Quando uma mesma geração chega ao momento de ir à universidade, o mínimo
de pobres que terminou a escola publica só tem um caminho para a universidade:
o que os leva a universidade ou as faculdades privadas, caras e quase sempre
precárias, com professores mal pagos, explorados, ofendidos. Os ricos, que
atravessam a escola paga, estes vão para as boas universidades federais e
estaduais ou para uma ou outra universidade privada de espírito público. Aos pobres
ou aos mais pobres é que está se tornando cada vez mais difícil ficar ou chegar
até mesmo a estas universidades privadas de espírito publico. (FREIRE, p. 15)
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