Discussão e síntese do texto: "A expansão das fronteiras da educação pública superior: uma análise da experiência da Universidade Federal da Fronteira Sul em Laranjeiras do Sul"*



A UFFS EM DISCUSSÃO...


MOHR, N. E. R.; MONTEIRO, F. M.; COSTA, J. G.; OLIVEIRA, J. C. A expansão das fronteiras da educação pública superior: uma análise da experiência da Universidade Federal da Fronteira Sul em Laranjeiras do Sul. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Brasília, v. 93, n. 235, p. 791-817, set./dez. 2012.


O trabalho dos professores da Universidade Federal da Fronteira Sul, Naira Mohr, Felipe Monteiro, Joaquim Costa e João de Oliveira, tem por objetivo observar o processo de criação e consolidação da UFFS – Campus Laranjeiras do Sul. Situa o contexto de construção, destacando o papel das organizações e movimentos sociais na constituição da UFFS e discorre sobre as estratégias de garantia do acesso, o Fator Escola Pública, e a permanência no ensino superior.
Este trabalho traz a análise dos dados acadêmicos de Laranjeiras do Sul do primeiro ano, sendo o perfil dos estudantes: 95% de escola pública; 55% com renda familiar de 1 a 3 salários mínimos; a profissão dos pais com predominância da agricultura: pai 57% e mãe 34%; faixa etária entre 18 a 24 anos, 52%; gênero feminino 61% e masculino 39%; e brancos 82%.
Os autores fazem uma discussão sobre o baixo aproveitamento acadêmico, muitos estudantes com defasagens do ensino médio. No curso de Educação do Campo muitos alunos não tinham habilidade em escrita, elaboração e argumentação em questões dissertativas, apropriação de conceitos básicos (interpretação, análise e síntese de textos). Sendo assim, trazem a seguinte questão: não seriam então políticas educacionais de inclusão que são excludentes?
Para Fleuri (2011, apud MOHR et al, 2012, p. 800)

a elitização da universidade decorre não só de seu restrito número de vagas: resulta sobretudo de seu caráter burocrático que determina a reprodução de um saber fragmentado e desvinculado da práxis social, facilitador da dominação e dificultador da transformação social. [...] a criação de uma universidade pública e popular implica a reformulação de sua estrutura de poder e de seus processos de saber consoante as lutas mais amplas da classe trabalhadora.

De acordo com os autores, uma tentativa de aproximar criar um espaço para a participação da comunidade na UFFS foi a criação dos Conselhos da, no entanto, como esta relação se estabelece hoje? Ainda é possível dizer que a UFFS tem participação da comunidade ou as decisões são centralizadas e hierarquizadas?

A partir destas discussões torna-se necessário promover ações que sirvam de suporte para superar as dificuldades dos estudantes, das defasagens da escola básica, ou então, o que é preciso ser feito, além de fornecer bolsas e auxílios financeiros? Será que também não é uma questão da sala de aula, do processo pedagógico? Somente a política de acesso a UFFS é alternativa de democratização da educação pública superior? É possível dar certo algo que é pensado pela base popular, com participação dos Movimentos Sociais, mas que é construído institucionalizado, regido por normas institucionais, com profissionais formados em uma estrutura conservadora e com ações conservadoras e hierarquizadas, sem o acompanhamento da base?

* Síntese elaborada por Fernanda May e Joviana Vedana da Rosa. No dia da discussão do texto, 15/10/2013, o grupo contou com a presença da professa Naira Mohr, uma das autoras do artigo.

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