Síntese do texto: Águas que geram energia e luta
BENINCÁ, D. Águas que
geram energia e luta. In: ZARTH, P. (Org.) História do Campesinato na Fronteira
Sul. Porto Alegre: Letra & Vida: Chapecó: Universidade Federal da Fronteira
Sul.
Águas que geram energia e luta
Dirceu Benincá
1. Energia e
Desenvolvimento
Neste
primeiro capitulo o autor retrata como as questões ligadas ao desenvolvimento
do país e também as questões energéticas estão postas em nossa sociedade,
diante das ações dos governos e também das ações do Mercado como um todo.
Em
sua discussão o autor baseia-se em dados quantitativos para embasar sua
pesquisa. Em relação as questões energéticas, o texto nos mostra que, de acordo
com o ministério de minas e energia, 14,9% de toda energia do país provem de
hidrelétricas, que ao mesmo tempo são responsáveis por cerca de 90% da eletricidade
do país.
No
ano 2000 já estava catalogadas 594 grandes barragens no Brasil, com previsão de
mais 494 a serem instaladas até 2015.
A
intenção do autor está em desvelar e ao mesmo tempo denunciar, praticas que
acorreram e ainda ocorrem em nome daquilo que alguns chamam de “progresso”. A critica
principal não está na construção de barragens e hidrelétricas, mas sim ao modo
como isto está se configurando, aos impactos sociais e ambientais. Pra que/m
serve este progresso?
2.
Barragens e seus impactos
No
segundo capitulo do texto a discussão foca-se principalmente nos impactos
gerados por essas construções. Dando enfoque aos impactos ambientais e
principalmente aos impactos sociais.
Com
relação aos impactos ambientais, o autor trás dados do pesquisador Ivan Lima,
que afirma que as 52 mil represas existentes no mundo contribuem com mais de 4%
do aquecimento global, emitindo cerca de 104 milhões de toneladas de gás metano
por ano na atmosfera, gás que provoca 25 vezes mais impacto no efeito estufa em
relação ao gás carbônico. Isso sem levar em consideração as perdas por causa do
alagamento de florestas e áreas de preservação.
Mas
o principal impacto discutido aqui é o social. Estima-se que no Brasil mais de
1 milhão de pessoas já foram atingidas por construções de grandes barragens.
Segundo
o autor, desse montante 70% das pessoas não são consideradas atingidas/prejudicados
pelas obras, dessa forma, apenas 30% deles recebem algum tipo de indenização ou
faz algum acordo com as empresas construtoras. Isso porque o Estado e as
empresas baseiam-se num conceito patrimonialista, que vê como atingido apenas
aqueles que possuem a escritura das terras, desconsiderando povos indígenas,
caboclos, posseiros, o pequeno comerciante etc.
A
perda cultural, da memória local, dos laços. Famílias sendo expulsas de seus
locais de origem, passando a viver na maioria dos casos a margem da sociedade. Pesquisas
indicam que as mulheres sofrem mais com essas mudanças, ocasionando aumento de
doenças, uso de drogas, depressão, prostituição entre outros problemas. Isso tudo
sem contar as precárias situações de trabalho que se encontram quem trabalha na
execução dessas obras.
Mais
uma vez fica aqui a pergunta: “progresso” pra que e pra quem?
3.
MAB: surgimento, identidade e trajetória
O
terceiro capítulo do texto estrutura-se a partir da história do MAB (Movimento
dos Atingidos por Barragens), contextualizando toda a caminhada do movimento
que nasceu no Sul do país e hoje já está presente em todos os estados do Brasil.
Destaca
também as bandeiras de luta do movimento, seus objetivos e suas ideologias de resistência
contra a imposição das lógicas de mercado sobre os direitos humanos e sociais das
pessoas.
4.
Resistências, conquistas e proposições
Mais
uma vez aqui o autor dispõe sobre a visão do movimento que não se vê contra a
criação de barragens em si, mas é contra a forma como isso acontece, contra
todos os impactos que a população sofre desassistida pelo governo.
Nesse
quarto capitulo o autor trata das ações tomadas pelo movimento em forma de
contrapor algumas decisões, ações que em alguns casos resultaram em vitória
para as questões sociais e noutros não, mas segundo ele o movimento é
incansável na tentativa de tencionar essas disputas por espaços de discussão, dessa
forma o movimento possui um importante papel político na luta por mudanças
sociais.
Comentários
Postar um comentário