PET EM DEBATE: SOU PROFESSOR, SOU PROFESSORA. E AGORA? Carreira e Identidade Docente

Na noite de 12 de Setembro de 2017, o Grupo Práxis PET Conexões de Saberes realizou o terceiro PET em DEBATE do presente ano. A mesa foi composta pela Profª Marli Silva – CPERS/CEEd-RS e pelo Prof. Dr. Jeronimo Sartori, docente da Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Erechim. A temática abordada foi: Sou professor, sou professora. E agora? Carreira e Identidade Docente.

A noite iniciou com a fala do bolsista e colega Luís Fernando Budrys, relembrando sobre um dos projetos do PET, TRAVESSIAS, o qual trata de uma série de oficinas, unindo a graduação e a pós-graduação, além de fazer uma breve introdução ao assunto tratado na noite.

Profª Marli realizou uma abordagem geral das melhorias e retrocessos a respeito da educação, da década de 70 até os dias atuais. Dialogou sobre a década de 70 ter sido marcada pela diminuição das lutas pela educação, visto o cenário de ameaças, mas que após a 1ª greve do Magistério, em 1979, apresentou-se um contexto de melhoramentos, porém, afirmou inúmeras vezes que, hoje, a luta é para manter as conquistas e não para melhorar. Silva posicionou-se de forma crítica sobre a redução do prestígio social, a política salarial, os planos de carreira de 74, o piso salarial de 2008, o rebaixamento das condições de trabalho – jornada exaustiva, violência -, perda da identidade, devido à exaustão emocional, a diferença entre escola pública e privada, além de ressaltar a dificuldade perante a proposta pedagógica que muda a cada governo. No final de sua fala, a professora enfatizou que deve-se recuperar a vontade de sonhar e que quando lutamos, estamos ensinando nossos alunos a lutar. Para isso mencionou uma citação de Freire: “É preciso plantar a semente da educação para colher os frutos da cidadania.”

Prof. Dr. Jeronimo iniciou sua fala ressaltando os pontos expostos pela Profª Marli, concentrando-se na identidade dos professores. Segundo ele, a identidade é o resultado de sucessivas socializações. A identidade é construída a partir do contato com o objeto de trabalho, com o espaço onde está inserido e com as pessoas que rodeiam esse espaço. É necessário se auto reconhecer, reconhecer o outro e o lugar social. Não é algo que está pronto, mas sim, um lugar de lutas, de conflitos, de ser e estar na profissão. Sartori afirma que a leitura crítica é a referência para a construção da identidade. Dessa forma, deve-se entender o contexto atual e como agir, uma vez que, escola é movimento. Além disso, expôs o quadro nebuloso e caótico da educação atual e a neutralidade dos professores fazendo com que a luta não aconteça. Criticou a formação de professores desvinculada do chão da escola, o desprestígio da categoria e o sistema oficial de avaliação, que faz com que sejam obtidos baixos resultados na escola. Para finalizar, ressaltou que a utopia deve ser o ideal de luta e que nunca deve-se desanimar.

Aberto o período para questionamentos foi-se abordado os objetivos, funções e resultados, além das dificuldades, da greve com relação ao parcelamento de salários e os motivos para não ter acontecido o levante. Foi exposto também o descontentamento perante a pacificidade dos estudantes, docentes e sociedade no geral com a situação da educação brasileira e, para finalizar, dialogou-se sobre o desfile cívico e o protesto: leis, proibições, pouca manifestação, pensando coletivamente sobre o manifesto.

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