Síntese do primeiro bloco de leituras do Grupo Práxis - Abril/2014

           O primeiro bloco de leituras 2014, do grupo de estudos PET Conexões de Saberes “Práxis” teve como objetivo discutir o tema: Alfabetização Científica.
           A sistematização a seguir busca relacionar o artigo de Áttico Chassot intitulado “Alfabetização Científica: uma possibilidade para inclusão social” (2003) e o livro “Para quem pesquisamos, Para quem escrevemos: o impasse dos intelectuais” (2011), organizado por Regina Leite Garcia, que traz as reflexões de diferentes autores sobre o tema.
       Em ambos os trabalhos, o fio condutor da discussão está na forma como o conhecimento é produzido e socializado. Preocupados com as mudanças sociais que proporcionam maior número de informações e com mais rapidez, questionam como estas informações chegam até as pessoas; através de que canais; a quem chegam de fato; e também a forma como são entendidas pela população em geral. Bem como, estão preocupados com quem produz esse conhecimento. Produzem para quem? Como produzem? Qual é a intenção de quem produz o conhecimento?
            Um ponto de destaque é a preocupação de que o conhecimento seja facilmente compreendido por todos. Ou seja, quem produz o conhecimento deve tentar uma aproximação entre a sua linguagem e o código que dominam as pessoas em geral, para que possam se fazer entendidos.
            Ao questionar para quem escrevemos, os autores colocam que, cada sujeito produtor de conhecimentos escreve para um público diferenciado. Alguns tendo uma maior preocupação em relação ao seu público, e outros nem tanto. Os pesquisadores, que produzem conhecimento, por exemplo, na maioria das vezes escrevem para seus pares, sem a preocupação e a necessidade de atingir um público maior. O contrário, se torna um desafio, pois escrever não somente para seus pares, pode fazer com que seus textos se tornem “menos científicos”, podendo prejudicar seus trabalhos.
       A discussão se dá em torno das questões da “forma” como se escreve, problematizando as formas mais rebuscadas da linguagem culta e científica, com seus termos próprios, que em determinados momentos, levando em consideração o público a quem se escreve pode não fazer sentido, ao mesmo tempo em que se discute a “vulgarização” ou simplificação da linguagem científica em detrimento aos leitores mais leigos.
            Bem como, na questão, a quem serve esse conhecimento, muitas vezes a quem realmente importa esse conhecimento, o mesmo nem se quer chega. Como por exemplo, na área da educação, os conhecimentos que serviriam aos professores e alunos das escolas, que trabalham e convivem diariamente com a educação. É necessário que se rompa com esse distanciamento que muitas vezes é criado entre o saber produzido na universidade e as práticas exercidas pelos trabalhadores em Educação. É preciso que os professores tenham contato com aquilo que se produz de novo referente à sua pratica docente.
             No entanto, “esses obstáculos devem, precisam ser enfrentados e vencidos pelos pesquisadores em nome de um compromisso social”. Compromisso de tornar o conhecimento acessível a todos, tornando-o instrumento de luta e transformação social.



Para maiores informações sobre os trabalhos do professor Áttico Chassot visite o blog:<http://mestrechassot.blogspot.com.br/>. 

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