Síntese do texto: “Ensino
Superior no Brasil”
TEIXEIRA, Anísio. Ensino
superior no Brasil: análise e interpretação de sua evolução até 1969. Rio
de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1989. P. 181-244.
Anísio Teixeira e a Universidade
Anísio Teixeira apresentou análises e propostas relevantes
para pensar a reestruturação da recente universidade brasileira. Propôs um
modelo de universidade inspirado na universidade moderna, com vistas em uma
sociedade que passava por diversas mudanças econômicas, sociais e políticas,
consequência de uma organização capitalista, industrializada e urbanizada. O
objetivo desse novo modelo universitário estaria voltado para o desenvolvimento
dos saberes científicos e para a construção e a valorização de uma cultura
nacional, não mais um modelo de cultura importado dos países europeus. O ensino superior no Brasil deveria estudar a
sociedade brasileira, considerando seu contexto e suas características
próprias. Deixando de ser a cultura, um instrumento de controle social e
alienação.
O autor também se contrapunha a
um ensino superior elitista e à expansão do ensino sem que possibilitasse as condições mínimas para o
ensino e pesquisa. Teixeira expôs que a
expansão do ensino superior que ocorreu a partir de 1945, e em grande medida
após 1960, tratavam-se de cursos tradicionais (medicina, direito, arquitetura e
urbanismo) e, nas universidades
particulares, cursos que preparavam para a carreira de serviços, magistério,
por exemplo, e em menor escala para cursos de medicina e engenharia que
requeriam maiores investimentos e infraestrutura. Ainda, a distribuição dos
alunos não modificou o caráter do ensino profissional e humanístico, a maioria
dos estudantes estavam matriculados em cursos do magistério, em que poucos se
dedicavam a pesquisa científica. Do mesmo modo, apontou que a expansão do
ensino superior redundou em escolas com cursos de formação duvidosa, aulas
apenas expositivas e com professorado improvisado.
O autor também faz menção a duas necessidades que ainda não
foram adequadamente atendidas: a da mudança do conteúdo dos cursos e a dos
métodos de ensino, em virtude das transformações sociais que as Revoluções
Industrial e tecnológica trouxeram consigo. Essas duas necessidades
dificultaram o ensino superior por estarem ligadas à problemas sociais e voltadas
para o futuro e não para o passado. Ele traz também que esses problemas no
ensino não foram pressentidos rapidamente fazendo com que a expansão ocorresse
e nesta expansão multiplicaram-se escolas, porém com o mesmo molde das escolas
existentes.
Ele traz também sobre a extinção do catedrático e que, com
isso, aumentou-se o número de professores auxiliares e estes começaram a obter
um certo status acarretando numa democratização do ensino superior no sentido
de deslocamento entre classes de catedráticos e desses professores.
Para finalizar ele problematiza que para que ocorra uma
reforma universitária é preciso modificar as funções dos professores e
consequentemente a dos alunos também.
Sistematização
elaborada por Fernanda May, Joviana Vedana da Rosa e Rovian S. Palavicini.
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