Síntese do texto: "Cultura popular e ensino superior: Gramsci e a nova ordem social".
GUIDO, H. Cultura
popular e ensino superior: Gramsci e a nova ordem social. In: ARAÚJO, J. C.
S. (Org.). A universidade
iluminista (1929-2009): de Alfred whitehead a Bologna. Vol II. Brasília:
Liber Livro, 2011, p. 99-121.
A grandeza de Gramsci
Antonio Gransci
nasceu em 1891 em Ales de Sardenha e partiu para Turim, deixando a pobreza da
classe campesina para conhecer o estágio evoluído do capitalismo. A agitação da
política o seduziu, assim partindo como militante na imprensa operária. Gransci
foi um dos fundadores do Partido Comunista, começava uma grande trajetória
política, onde foi eleito deputado italiano pelos comunistas. Através do
fascismo seu mandato foi interrompido levando Gransci a prisão. Foi na prisão
que Gransci escreveu sua obra política. A leitura de sua obra ilustra ao leitor
sua metodologia, para a transformação da sociedade capitalista e sua velha
cultura. Quando Gransci estava na prisão quando escreveu sua obra, teve uma
grande importância. Nesta obra, comentários e projetos para a luta de promoção
da sociedade justa e fraterna. Mas, o fascismo o impediu de continuar vivendo,
Gransci faleceu em Roma, na prisão após 10 anos de estar preso, em 1937. A obra
gransciana tem um papel fundamental para interpretação dos textos de marxianos,
com a finalidade da construção da ordem social e a emancipação da classe
trabalhadora. Gramsci utilizou da filosofia de Marx para as orientações para as
ações cotidianas de enfrentamento do fascismo. A intepretação de Gransci estava
interessada no enfrentamento das crises oportunizadas pelo capitalismo. A
concepção gramsciana de cultura não foi enriquecida pela leitura de Marx, foi
também pela concepção humanista. Gransci originou um novo conceito humanista de
civiltá, esse novo conceito contribui
para a assimilação do marxismo e a necessária afirmação da consciência política
da classe trabalhadora italiana. Gransci destacou que é imprescindível
considerar a filosofia espontânea das camadas populares, destituída de senso
crítico/senso comum. Para Gransci, a sua filosofia política é a educação do
homem novo. No decorrer do capítulo, Gransci vai executar algumas tarefas:
reforma educacional, a revolução não reconhece o humanismo absoluto como
orientação para a nova sociedade democrática.
A função política dos intelectuais
A diferença entre a situação da
melhoria das condições de vida nas áreas industrializadas e a miséria
acompanhada do atraso cultural nas áreas onde predominava a economia agrária.
Chamava a atenção e fazia necessário a educação política do povo, destacando as
populações campesinas. Gramsci dizia que historicamente, os grupos sociais
produzem categorias para a função intelectual. A igreja nesse sentido se
destaco por décadas, o clérigo durantes anos produzia um saber fechado,
incontestável e a modernidade trouxe o intelectual laico, destacando o junção
entre a produção científica e a autonomia política. As consequências do atraso
cultural consolidaram na miséria e exploração das camadas populares. A
literatura desempenhou um papel importante, a difusão dos valores da vida
moderna com o naturalismo e os romances dedicados às misérias humanas, não
apenas a de ordem econômica. A literatura italiana deteve para os contrastes
sócias e econômicos. O intelectual tradicional, tinha um reconhecimento e
respeito as populações campesinas. A formação de um novo intelectual, o
intelectual orgânico, é um projeto educativo que consiste na preparação do povo
para a tomada do poder político, a função do intelectual orgânico, é atuar no
meio em que vive, transpassando seu conhecimento para seu povo. A educação para
a nova cultura tem um processo de emancipação do povo e o cuidado com a
formação das suas lideranças autênticas. O intelectual orgânico fica com o
pressuposto de construir a nova realidade social com as camadas populares. A
educação do intelectual orgânico parte com a inicial tomada de consciência da
sabedoria popular. Gramsci, defende a escola para a emancipação social e
promoção da autonomia individual.
O
funcionamento da escola ativa e a função superior da universidade
O autor destaca que a escola é
importante para a sociedade, pois através dela ocorre a transformação social,
onde poderá proporcional o crescimento cultural das camadas populares. Gramsci
pedia a reforma das escolas, promovendo a democratização da sociedade italiana.
Com a proposta de escola única mantida pelo governo estatal e direcionada a
todas as classes sociais. As características importantes da escola unitária
seria: a sua concepção deve se adequar a escola ativa, e o seu funcionamento
seria o tempo integral. Guido, ressaltava que o abandono da perspectiva
dogmática da didática deve ser absoluta no liceu, pois este estágio é a
preparação para o ensino superior. O liceu seria a escola criada (a
autodisciplina garante a autonomia e a responsabilidade dos educandos), etapa
avançada da escola ativa/escola unitária (preparação das crianças para os
conhecimentos científicos). A mudança da atitude investigativa dos adolescentes
concorda com o término do liceu e a entrada na juventude, esse é momento para
ingressar no ensino superior. Para Guido, o ensino superior propicia a
autonomia e a autodisciplina. Através da diversificação da formação profissional
devia ser promovida pelas universidades e academias. A junção do esforços
universitários e acadêmicos daria a formação da cultura nacional, ficando à
frente do monopólio exercido pela igreja. O funcionamento das academias como
centro de cultura nacional, daria ao procedimento ao trabalho científico após a
conclusão dos cursos universitários. Para Gransci, o ensino superior daria ao
modelo das escolas politécnicas, não se voltando totalmente para preparação
para as industriais, conforme Guido. A educação superior celebra o equilíbrio
do trabalho manual e o intelectual. A universidade contribuiria para a
disseminação da nova ordem social, sendo responsável pela nova formação do
intelectual orgânico. Para Gransci, a filosofia da práxis (marxismo renovado)
torna possível a reforma intelectual e moral.
Considerações
Finais
Para o autor Humberto Guido, é através
da ruptura com o modelo formal de educação que poderia contribuir para o início
do processo de libertação. A filosofia de Gransci destaca que somente a
educação do intelectual trará a emancipação dos indivíduos. A leitura
ideológica de Gransci vislumbra o partido como intelectual orgânico e a
universidade destituída do caráter ideológico e submetida as formas
democráticas destacada por Gramsci, pode desempenhara função de intelectual
orgânico.
Síntese elaborada por Adriele Sielski.
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